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"CHAMADA DE DESTAQUE"
SÃO PAULO - Com cenário externo de menor aversão ao risco, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta pelo quinto pregão seguido, a maior sequência de valorização desde agosto do ano passado. O índice de referência Ibovespa encerrou os negócios com alta de 1,20%, aos 47.598 pontos. Já no mercado de câmbio, a moeda americana fechou em queda de 1,11% ante o real, a R$ 3,900 na compra e a R$ 3,902 na venda.
Embora os indicadores macroeconômicos internos não mostrem um sinal de melhora, a recuperação do Ibovespa, segundo analistas, acompanha as Bolsas internacionais, que fecharam com ganhos significativos. Também contribui para a alta o ambiente político interno. A reforma ministerial anunciada na semana passada poderia resultar em avanços nas medidas de ajuste fiscal.
— Há uma influência do mercado externo, com a expectativa de um aumento de juros nos Estados Unidos só para 2016. Além disso, com a reforma ministerial, o otimismo do mercado melhorou — avaliou Julio Hegedus Netto, economista-chefe da Lopes & Filho Consultoria.
O otimismo externo tem origem na sexta-feira, quando foram divulgados dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos mais fracos que o esperado. Dessa forma, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed, o bc americano) postergue para 2016 o início da alta de juros nos Estados Unidos, o que é favorável para as moedas dos emergentes. Dados do setor de serviço, divulgados nesta segunda-feira, também vieram mais fracos que o esperado. Nos Estados Unidos, Dow Jones subiu 1,85% e o S&P 500 teve variação positiva de 1,83%. Na Europa, os principais indicadores fecharam em alta. O DAX, de Frankfurt, subiu 2,74% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, avançou 3,54%. Já em Londres, o FTSE 100 sobe 2,76%.
Esse bom humor externo faz com que as ações mais negociadas na Bolsa paulista terminassem o pregão com ganhos. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras subiram 0,64%, cotados a R$ 7,82, e os ordinários (ONs, com direito a voto) registraram valorização de 2,73%, a R$ 9,40 - no exterior, o petróleo do tipo Brent era negociado em alta de 2,70%, a US$ 49,43, no encerramento dos negócio no Brasil. No caso da Vale, a alta foi de 1,59% nas PNs e de 1,79% nas ONs.
Também operaram em terreno positivo os papéis de bancos, que possuem o maior peso na composição do Ibovespa. Itaú Unibanco e Bradesco avançaram, respectivamente, 2,10% e 2,93%. No caso do Banco do Brasil, a alta foi de 1,50%.
DÓLAR A R$ 4 EM DEZEMBRO
O dólar, apesar da segunda queda consecutiva, deve continuar pressionado. Segundo o relatório Focus do Banco Central, que compila as projeções de economistas e analistas, o dólar irá terminar o ano em R$ 4, mesmo patamar previsto para o final de 2016. Na avaliação de José Eduardo de Toledo Abreu Filho, economista-chefe da Plena Consultoria de Investimentos, o recuo do atual pregão está atrelado muito mais a fatores externos do que internos.
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